30/05/2008

A cobra que come o próprio rabo.



Acho que eu não tenho nada pra dizer. “Acho que eu não tenho nada pra dizer”, é uma péssima maneira de começar o texto. Mas tudo bem. Engraçado como me condeno e me perdoou, com o aval que a metalinguagem me dá. Mais engraçado mesmo é como, metalinguisticamente, analiso essa metalinguagem agora. E toda vez que escrevo a palavra “agora”. Como um túnel sem fim, que vai se esvaindo de sentido. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Agora. Que me leva ao lugar de onde comecei. Que me mostra que não há porque isso ser engraçado. Mostra-me que não tenho nada pra dizer.

Beto Leite

inspirado em “Raimundo Andrade”

Um comentário:

Anônimo disse...

Vish!

Gostei por demais!

Metalinguagem é o que há!

rsrs.

Arthur

 
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