Primeiro eu a vi. Depois ela me viu.
- Olá, senhorita!
- Oi Beto! Tudo bom?! – Daí ela beijou a minha boca. – Como é que você tá?
Preciso de dois segundos para me recompor.
Não foi um daqueles convencionais “selos de paquera” no canto da boca. Também não foi um francês. Não foi um beijo acidental, deu para notar. Afinal, ela tomou toda a iniciativa do beijo, eu só inclinei a cabeça. De repente “SMAC”!. Tudo bem, foi só um selo, mas mesmo assim ainda é um beijo pra mim. Ou não?! Será que um selo hoje não é mais um beijo?!( Chega de relativismo social babaca!) Será que para ela um selo não é um beijo?! Mas ela deveria saber que isso não se aplica a todos. Ela não pode sair por ai dando beijo na boca dos amigos, que ela não vê a um tempo, e achar que isso não vai ter alguma conseqüência!
Lembrei também que ela tinha namorado, e gostava de dar corda aos caras só pra frescar! Mas, porra! Um beijo! Que bicha escrota! E faz quanto tempo que eu não a via? Seis meses?! Um ano?! Que bicha escrota!
Os dois segundos estavam chegando no fim. Vamos lá Beto, entre no jogo! Naturalidade! Entre no jogo! Que bicha escrota (eu estou gostando disso)! Entre no jogo!
- Tô bem! E como andam as coisas lá no curso?
A resposta dela vai durar uns 20 segundos. Essa é hora que eu jogo um olhar perdido pro chão. Daí os meus olhos vêm subindo, analisando todo o corpo dela, dos pés a cabeça. As panturrilhas redondinhas fazem uma perfeita harmonia com as pernas grosas. Estas por sua vez desemborcam nos largos quadris, que fazem uma curva perfeita para terminar na cintura. Barriga ideal, sem músculos e gorduras evidentes. Seios de maçã. Loira de olhos claros. Um pouco mais de um metro e cinqüenta. Me deu um beijo 22 segundos atrás. Que bicha escrota! Percebi que ela estava terminando de falar, tentei me concentrar.
- ...tentar um mestrado. Né não?!
- Pode crer!
- Beto, rapais, tava com saudades! Como anda o curso de jornalismo? Perto de terminar?
Dou a resposta que eu tenho arquivada no meu cérebro. Não preciso nem pensar pra falar. Enquanto isso, meus olhos escapolem para os quadris dela. Gostosa! Como é o nome dela mesmo?! Eita porra! Não lembro nem a pau. Ela já falou o meu nome duas vezes, é muito gata, me deu um beijo na boca e eu não lembro o nome! Valeu Beto! Suma logo daí antes que você seja obrigado a chutar o nome dela. Em casa você procura no orkut. Conversamos mais algumas trivialidades e pronto!
- Vou indo nessa!
- Pra onde?
- Assistir aula.
- Sem material?
- Normal. Eu não levo caderno pra faculdade dêsde o 3º semestre.
Ela ri mas acha entranho porque percebe que é verdade.
- Thal!
- Thal!
Abraço e outro beijo na boca! Esse foi melhor! Mais úmido e mais longo. Ela vira e segue o caminho dela. Dou uma ultima olhada na bunda dela antes de partir. Que bicha escrota! Ela é muito escrota e deve me achar um mané! “ Dei dois beijos naquele cara, ele nem pediu o meu telefone e nem me chamou pra sair. Ou ele é gay ou é muito mole!” Porra Beto, que merda!
Acabei de levar dois beijos de uma amiga muito gata que não via a um certo tempo, e estou me sentindo um lixo. Que bicha escrota! Vou procurar! Acho que o nome começa com “S”.
4 comentários:
Rapaz.
Um ótimo jeito de virar o jogo (e ficar em paz consigo mesmo - o que é mais importante), é, da próxima vez que encontrar essa amiga (se não acontecer ao acaso, faça acontecer), ao invés de ser beijado, beije-a.
Assim você empata o jogo. Com uma vantagem, o protagonista da ação dessa vez será você!!
Quem vai ser pega desprevinida será ela!
ele tem razão.
ela te deu mole pô. convida pra sair e taca em beijo.
hehehehe
Vacilou, meu rapaz. Mas esse problema do nome é grande. Realmente seria muito estranho você beijá-la ardentemente e perguntar: - Como é teu nome mesmo? Grande problema. Se bem que, escrota desse jeito, ela nem ligaria.
Adorei o texto, deu pra perceber pelas risada que dei em sala de aula.
:)
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