04/05/2008

Civita: o novo anarquista!


Eu não compro a Veja. E se eu fosse você também não compraria. Mas é importante ler. Eu leio, entro nesse site, baixo e leio. Se eu fosse você também leria. Por exemplo, nessa ultima edição descobri as idéias anarquistas do Roberto Civita.


O título do texto é “Defesa da Liberdade”, quase um manifesto, não?! A matéria é sobre a decisão que Superior Tribunal Federal (STF) vai tomar sobre a legitimidade da Lei de Imprensa, que a Veja definiu como: ”um conjunto de normas editadas durante o governo militar para servi de instrumento de ameaça e censura a jornalistas e meios de comunicação.” Você também ficou com medo?! Mas o melhor vem mais abaixo, quando o texto fala da 3ª Conferencia Legislativa sobre Liberdade de Imprensa. As palavras do presidente da Editora Abril são arrebatadoras: "Na imprensa, como em todas as outras áreas que fala de liberdade, quanto menos legislação melhor!


Genial! Pra que leis?! Regras restringem a liberdade! Vamos burlar todas as espécies de normas sociais! Esqueçam os livros de Bakunin, ele está obsoleto. Henry David Thoreau não sabia de nada! A nova revolução anarquista vem da América Latina. Para que movimentar as massas?! No Brasil a revolução vem da classe empresarial. Isso sim é que é vanguarda, a França vai morrer de inveja!


Não sou adepto da anarquia “Civitoriana”, mas acho que a imprensa deveria ter um órgão regulamentador, como uma OAB, coordenado por jornalistas. Aposto que essa idéia é algo em comum entre os profissionais, mas não entre os empresários. Os barões da mídia querem La Revolucion. O slogan poderia ser: “Pelo exercício pleno da liberdade, chega de legislação! Viva a inércia revolucionaria”. Já pensou?! Milhões de brasileiros sentados em seus sofás, mudando de canal, acompanhando todos os escândalos especulativos inúteis, por pura ideologia. Não sei você, mas eu tenho a impressão de que estamos bem perto disso.


4 comentários:

Anônimo disse...

Caralho beto, o nível de seus textos está subindo! Além de melhorar a escrita, melhorou o grau de intelectualidade.
Mas eu preferia os outros,... é aqueles com conversas no msn q falam de mulheres.

utopic disse...

kkkkkkkkkkkkk esse comentário de Digão foi foda. Mas enfim, quanto ao texto, Civita só pensa em escandalizar e lucrar. O que importa o jornalismo de fato se o que a massa consome é escandâlos, calúnias, difamações ou fofocas. Está na hora de jornalistas, assim como vários outros profissionais se unirem e lutarem por órgãos fiscalizadores de suas respectivas categorias. VAleu betoviski

Anônimo disse...

Li o texto, gostei, entendi... mas assim como Digão... prefiro os de humor, drama, putaria... Hehehehe

Anônimo disse...

é, meu velho, o Civita é perigoso. mas ele não está de todo errado. a legislação de imprensa no Brasil é retrógrada sim. remonta à época da ditadura, antes do AI-5, que veio para diminuir ainda mais as liberdades.

li um pouco da legislação e pude reparar, num primeiro olhar, que o que vai nos reger daqui a uns anos, meu caro, são leis bastante limitadoras, intimidadoras e que em alguns pontos ferem a constituição federal. nada animador para nós que queremos seguir na profissão.

O Civita vai ao extremo de querer uma imprensa auto-reguladora. algo no estilo neoliberal da economia. a imprensa se auto-regularia pela liberdade de mercado. mas assim como na economia, isso só beneficiaria os mais fortes, no caso, os conglomerados de comunicação.

que a lei de imprensa tem que mudar isso é verdade. sou à favor, mas da forma que anda as conversas sobre o assunto, quem mais anda falando são as associações de jornais (no caso, empresários) e de agencias de publicidade. ou seja, nós, repórteres e consumidores, estamos ficando de lado.

apoio mudanças na legislação da imprensa brasileira, e sou à favor de um órgão regulador, administrado por um conjunto de pessoas competentes do meio. mas é difícil montar um sistema de administração desse órgão sem que se encha de imposições em forma de lei. é meio foda dizer isso, mas temo que com um orgão desses, a liberdade diminua, ou pior, os meios de comunicação se tornem mais políticos do que já são.

talvez eu tenha sido contraditório em certos momentos do meu comentário, mas é porque se trata de um tema conflituoso e complexo. quanto mais se lê sobre, mas difícil fica de se chegar a uma decisão comum.

o certo é não ler a Veja. aliás, leia. pelo menos pra saber que se um fato só tem uma verdade, essa verdade não é a da Veja.

 
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