26/03/2008

Gabriella, com dois eles (parte 3 e final!)



- Termine logo isso homem!

- Assim, de qualquer jeito ?!

- Escreva sobre a Gabriela.

- Gabriella! Mas eu estou escrevendo sobre ela!

- Como? Eu não vi nada escrito sobre ela! Como ela é? É bonita? Feia? Legal? Qual a cor do cabelo dela? É gostosa? Onde ela mora? Você não falou nada sobre ela! Ela ainda é um mistério pra mim!

- Adiantaria escrever sobre essas coisas?! Você iria conhece-la se eu falar sobre isso?! Se eu me limitar a escrever assim, ela seria somente um corpo e não é sobre a forma material de Gabriella que eu quero escrever.

- Quer dizer que ela é feia?

- Puta que pariu!

- O que foi?

Acabo de matar um cachorro.

Nunca matei ninguém na minha vida. Aquele maldito cachorro tinha que atravessar a avenida principal logo hoje?! Buzinei, freei mas já estava muito perto. Não deu tempo de me esquivar. Nem do cachorro nem do meu chefe. Há 10 minutos atrás fui demitido. “Chegando atrasado todo dia...” aquele filho-da-puta sabe que eu faço plantão quase todo dia. Ele reclamava e eu pensava “Mas que se foda!”. Pegou minha carteira de trabalho “O que eu faço com isso aqui?!”, sorri e disse,“ Enfia no cú porra! ”. Pronto, estava demitido. Agora eu estou com o carro no meio da rua e com o corpo do cachorro em minhas mãos.

Ele já não respira. Sua musculatura está endurecendo aos poucos, a pele está ficando menos macia e seus membros se enrijecem. Eu olho em seus olhos, assim como olhei dentro dos olhos do meu chefe antes de quebrar o seu nariz. Quando o corpo dele caiu sobre o balcão, o barulho do vidro se espatifando foi muito bonito. Estirado no chão em seus olhos eu só via lágrimas. Nos olhos do cachorro só há sangue, o seu globo ocular foi escondido por uma enorme cortina vermelha de sangue.

- É o seguinte seu filho da puta! Eu não sou cult nem esses literários de suspensório com cara de boceta. Por tanto me explique essa porra!

- Tá, o que você entendeu?

- As partes que Gabriella fala, se explicam por si. Quando ela fala com você acaba mostrando quem é ela. Certo?

- Isso!

- Eu sou o cara chato que fica questionando a sua produção a todo o momento, querendo entender toda essa loucura!

- Hunrum!

- Esses textos que intercalam o conto, são para você falar sobre algo de muito especial que você vê em Gabriella. Algo que você acha bonito e que deveria ser universal! Certo?

- Olha ai! E o que você entendeu dessas estórias?

- A Bruna tem uma vontade de mudar a vida mas não muda! O cachorro dela tenta ir além do que era proibido e se sente completo pela tentativa. Um cara acaba de se demitir, atropela o cachorro da Bruna e tenta entender as conseqüências dessa ação.

- É isso ai cara você pegou o fio da meada! Eu não vou conceituar o que essas histórias têm em comum. Mas você notou? Como elas se completam? Como elas crescem?

- É , eu acho que sim! Você não acha isso meio estranho? Eu entender tudo agora como um passo de mágica?

- Claro que não cara! Afinal você não passa de um artifício que eu usei para dar uma dinâmica à estória.

- Somos o mesmo?

- Isso!

- Bixo, isso é clichê pra caralho!!!!

- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

- Não vai entrar nenhuma parte de Gabriella falando nessa parte final?

- Quando ela lê e comentar comigo o que escrevi, eu venho aqui e termino.




3 comentários:

Anônimo disse...

agora sim pude entender melhor essa nóia. tudo, enfim, se encaixou. se faz sentido? ainda não. mas também quem foi que disse que precisava?

boa sacada a das intercalações. se for pra escolher a melhor parte do texto, eu escolho a parte do cachorro que é atropelado pelo cara recém-demitido.

por fim, valeu pela loucura!

Anônimo disse...

isso é avançado de mais pra mim!

e-zine recortes disse...

ou será que é só ruim mesmo?

 
Site Meter