24/02/2008

Gabriella, com dois eles (parte 2)

- :\
- Que revolta é essa?
- É...tem dias que você olha em volta e diz: “bela bosta!”
- Se você fosse mulher diria que é TPM.
- É por ai... sei lá. Eu fico com umas meninas... me sobrecarrego de trabalho e de responsabilidades. Mas é tudo bosta!
- É porque tudo isso virou rotina, e rotina sim que é uma bosta.
- Quem sabe seja isso...
- Deve ser!
- Pegue um dia e faça tudo completamente diferente do que normalmente você faz.
- Se você pega um ônibus... pega outro! Se você vê as mesmas pessoas vá em algum lugar que você nem se imaginaria. Acho que dá certo.
- Vou tentar isso. Quando você faz dá certo?
- Dá sim! Por exemplo... é bobo, mas é válido... hoje é sexta e toda sexta eu estava saindo pra algum lugar. Hoje estou em casa, no msn... e pra mim está sendo bom, porque fazia tempo que não passava uma sexta com minha mãe.
- Boa, boa!


A vizinha acaba de passar rebolando o seu rabo grande e empinado. É gostosa, sabe que é, daí se comporta, a todo o momento, como se estivesse no cio.
Vou até a cozinha e Bruna está lá sentada na mesa só de calcinha. Aproveito que ela não me nota e saio pelos fundos da casa. Quando ela me levou para dentro de sua casa me cobriu de atenção, beijos e carinho. O tempo passou e hoje ela me trata com certa indiferença. Eu, ao contrario dela, não quero ficar parado achando que tudo vai acontecer como num lance de mágica.
Quando chego na calçada o amigo peruano de Bruna passa de bicicleta. Ele assovia para mim. Tremendo de um baitola!
Do outro lado da avenida principal tem uma padaria nova. Lá vende frango. Adoro frango. Bruna sempre me proibiu de ir para o outro lado da avenida. Falava que era perigoso, que algo de ruim poderia acontecer comigo. O frango gira naqueles expositores de vidro. Ela disse que eu podia até morrer. O óleo escorre e pela carne dourada. Eu tenho medo.
A cada passo que dou atravessando à avenida me sinto mais vivo. Melhor apesar de mim próprio. O medo não me prende mais. Buzinas e peneis tomam todo o espaço sonoro do mundo. Que se foda! Agora eu atravesso a avenida.


- Esse omi ta perdido?
- Como assim galado?
- Porra! Era para escrever sobre Gabriela, ai você fala de Bruna, depois esse texto ai todo doido! Que porra é isso? Tu tá perdido?
- É Gabriella com dois eles porra! E só falta mais uma parte. Você vai entender tudo no fim!
- E a Gabriella entra quando na história?
- Ela já entrou. Dês do começo!
- Foi? Pois eu num vi isso não!
- Nas entrelinhas pow!
- Nem lá eu vi!
- Deixa pra lá...


- Ora Ora Ora, se não é a minha musa.

- Morro de pena de você... olha o nível da musa que arranjou.
- kkkkkkkk. Que isso! No nível do mar, perfeito.
- Mar é traiçoeiro!
- Mas proporciona os melhores banhos que um homem pode ter. O bem e o mal, em um único elemento.
- Pow, você tá é poético hoje. Quando comecei a ler o texto da “Suzana*”, pensei: meu deus, em que eu pareço com essa mulher? Beto tá doido! Kkkkkkkkkkkkkkkkk.
- kkkkkkkkkkkkkk. Mas você sacou o que eu quis dizer, né? Tipo...como ela independe dele. Adora ele, mas independe. Parece ser bem mais madura.
- Nesse lado até que é bom mesmo.
- É ótimo!


* veja o texto “Suzana vai ao banheiro”

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